Visando amenizar dores de pacientes em tratamento e de pessoas envolvidas no processo, a Terapia Assistida por Animais (TAA) tem ganhado cada vez mais espaço
Lidar com doenças e tratamentos desgastantes ao mesmo tempo que há a luta pela sobrevivência é uma das tarefas mais difíceis. Além de impactar diretamente o paciente, todos ao redor também sofrem, familiares, equipes de saúde e até mesmo os pets da pessoa em questão. Felizmente, nos dias de hoje, existem algumas estratégias que podem tornar esse processo mais ameno.
Não é segredo que o contato entre humanos e animais pode ser revitalizador. Todos os processos, desde a adoção, os primeiros contatos no novo lar, a compra das roupas para cachorros ou gatos para deixá-los confortáveis nos dias mais frios, os primeiros passeios e muitas outras vivências transmitem sensação de bem-estar extremamente positiva para os tutores.
É pensando nisso e em outros benefícios físicos e psicológicos que as terapias assistidas por animais surgem como uma forma de amenizar os efeitos de uma doença ou tratamento em diversos tipos de pacientes.
O que são terapias assistidas por animais?
A Terapia Assistida por Animais (TAA) e a Atividade Assistida por Animais (AAA) são algumas das práticas que vêm sendo utilizadas para amenizar as dores de determinados pacientes em tratamento, bem como todas as pessoas envolvidas no processo. Em linhas gerais, esse tipo de procedimento possibilita o contato e a interação do doente com animais visando a melhora do seu quadro clínico ou, inclusive, a sua cura.
Em alguns casos, esse tipo de tratamento pode ser realizado com o próprio pet do paciente, desde que ele tenha idade superior a 15 meses e passe por um treinamento específico para se adaptar aos processos das terapias. Caso o doente não tenha um pet, existem animais treinados para realizar as melhores atividades possíveis e todo processo e procedimentos são acompanhados por médicos e demais profissionais da área.
Terapia Assistida por Animais (TAA)
Esse tipo de terapia consiste em uma intervenção direcionada a apenas um paciente em específico, mas também pode ser realizada em grupo. Dentre os principais benefícios, a Terapia Assistida por Animais é capaz de prover ao doente uma melhora na função física, social, emocional e cognitiva.
É comum que os pacientes em situações mais graves e com doenças severas passem muitos dias no hospital, o que gera alto pico de estresse, ansiedade e até mesmo depressão. A TAA é capaz de diminuir os níveis de cortisol no corpo e, consequentemente, o estresse, além de aumentar a produção de hormônios como serotonina, endorfina e ocitocina, responsável por promover a sensação de felicidade.
Assim como os pacientes, a equipe de saúde envolvida não só em um caso específico, mas pelo constante contato com situações estressantes e severas também podem se beneficiar da Terapia Assistida por Animais. Da mesma forma, as famílias dos doentes podem passar pelo mesmo processo, e todos com o mesmo objetivo: tornar a etapa de recuperação mais amena e esperançosa.
Atividade Assistida por Animais
Assim como a TAA, a Atividade Assistida por Animais (AAA) tem o mesmo objetivo. A diferença entre elas é que a AAA trabalha mais com atividades recreativas, atuando em diferentes estágios de cuidados. Por exemplo, pacientes que estão recuperando os movimentos dos membros inferiores ou superiores podem ter um estímulo diferente visando avançar essa meta.
Além disso, a Atividade Assistida por Animais pode auxiliar na socialização de pessoas com autismo ou que tenham dificuldade de lidar com outros indivíduos, na queda dos níveis de colesterol, na redução da depressão e demência, bem como na melhora da linguagem verbal e na coordenação motora.
Os animais
Tanto a Terapia Assistida por Animais quanto a Atividade Assistida por Animais podem ter a participação dos mais diferentes tipos de animais: cães, gatos, cavalos, peixes, aves, répteis e tantos outros. Tudo vai depender tanto da adaptação e do gosto do paciente quanto do objetivo geral dos tratamentos.
Cada animal tem sua recomendação específica para pertencer a esse tipo de atividade, mas em linhas gerais são necessários check-ups periódicos, vacinas, vermífugos e outros cuidados profiláticos em dia, assim como a higienização ideal antes das intervenções, especialmente em hospitais.
Regulamentação
O Conselho Federal de Medicina Veterinária possui amplos estudos, assim como depoimentos comprovados que atestam os resultados positivos desse tipo de terapia.
Entretanto, alguns estados e municípios possuem normas próprias. No município de São Paulo, por exemplo, a Lei n.º 16.827/2018 autoriza a entrada de animais em hospitais públicos a pacientes internados.
Dessa forma, é possível afirmar que as terapias assistidas por animais são benéficas para todos os envolvidos. Cabe à equipe médica, bem como ao paciente e à sua família, procurarem a melhor opção de tratamento de acordo com o quadro clínico e todas as recomendações necessárias.
